HOLOGRAMAS NA EXPOSIÇÃO DA CLÍNICA LASER OCULAR
Exposição: 16.10.00 a 26.10.00 , 9:00 a 17:00 h, Centro Cultural do Hospital Brasil- Santo André-SP-BR |
Texto introdutório:
HOLOGRAFIA
É a técnica de registro completo da luz que uma superfície pode receber. Recria por isto a cena original exatamente como a tínhamos na hora da tomada. Uma pessoa somente pode diferenciar a cena virtual holográfica de uma cena verdadeira se o holograma não foi feito para reproduzir a cor e, as vezes, pelo desaparecimento da imagem ao mudar de posição.
Um holograma oferece como imagem para o olho humano tudo que o objeto pode oferecer.
Hoje em dia o laser constitui a fonte
mais pura de luz, e o holograma a imagem mais pura.
A holografia foi inventada por D. Gabor
em 1947. Ele realizou exemplos básicos não tridimensionais
com luz de lâmpada de mercúrio. Quando em 1960 o lêiser
é realizado, logo mais surgiram a partir dospesquisadores Leith
e Upatnieks os hologramas com a qualidade que conhecemos hoje. Mas poucos
podiam vé-los, por necessitar de uma laser para isso. Sabe-se então
que em 1958 na Rússia Y.N. Denisyuk, sem conhecer o trabalho de
Gabor, tinha inventado uma técnica que permitía ver o holograma
por meio da luz branca.
OS DOIS TIPOS DE HOLOGRAMAS PARA LUZ BRANCA
O de Denisyuk funciona naturalmente refletindo a luz branca apenas em uma cor, que não é necessáriamente a do lêiser utilizado na tomada. É assim monocromático para quase todos os pontos de vista, e podemos observar a imagem sendo tridimensional em qualquer posição, horizontal ou vertical, de nossa cabeça.
O de Benton, inventado em 1968 e aplicado em grande escala em 1984, necessita de uma camada metálica refletiva para dar a imagem, que muda de cor segundo muda a posição vertical do observador. Se este colocasse a cabeça de forma vertical, perderia a tridimensionalidade da imagem.
A fabricação de lêisers em grande quantidade está fazendo com que alguns tipos sejam hoje muito baratos, com o que vemos um futuro promissor para a realização de hologramas e a facilidade de realização de demonstrações em sala de aula.
Um grupo de ensino do Instituto de Física da Universidade Federal Fluminense comprou hologramas feitos pelo Prof. Lunazzi que são mostrados desde 1998 nas visitas didáticas que realizam a colégios do estado do Rio.
OS MATERIAIS PARA HOLOGRAFIA
Foi uma verdadeira sorte que os primeiros materiais usados para fotografia em forma de sais de prata fossem naturalmente de muito alta nitidez. Embora tenham sido substituidos neste século por outros mais sensíveis, a existência desse tipo de material fotográfico permitiu a realização de hologramas de qualidade em 1962. O material, originalmente fabricado pela KODAK, foi durante muitos anos fabricado pela AGFA sendo o de mais sensibilidade e grande tamanho (até 1 m x 10 m) mas ha dois anos, pela falta de procura, parou de ser produzido e não existe material para se fazer hologramas a tamanho maior de 30 cm x 40 cm.
Há uma variedade de outros materiais, inclusive alguns de maior qualidade, mas não atingem nem a sensibilidade nem o tamanho do tradicional.
APLICAÇÕES
Maravilhar as pessoas com a ilusão de realidade não é apenas um passatempo ou diversão. A mentalidade de grande quantidade de pessoas pode ser encaminhada para a idéia de um futuro técnicamente diferente quando percebem que a luz pode ser "congelada". E desmitificar os meios atuais de se gerar imagens, como substitutos da realidade.
A obtenção de registros tão bons sem necessitar de objetivas fotográficas é também uma maneira de ampliar o conhecimento de óptica para os alunos na universidade.
Mas há aplicações da holografia na medição de pequenísimas deformações
de objetos utilizadas no teste de pneus
de aviões e carros de corrida, inclusive no Brasil, até para
o conhecimento da resposta do tímpano do ouvido humano às
vibrações. O Prof. Lunazzi trouxe esas aplicações
já em 1978 para a observação de sementes, e seu último
trabalho foi o de colaborar para que uma equipe de ortodontistas pudesse
analisar o aperfeiçoamento mecânico de aparelhos ortodónticos.
Foto: franjas de holometria na superfície de sementes sob efeito de umidade - 1978 |
Foto de franjas de holometria em cráneo deformado por aparelho ortodóntico - 2000 |
O FUTURO
Será com a possibilidade de realizar
hologramas com luz branca em ambiente natural e de termos televisão
holográfica. Nestes dois campos pesquisa o Prof. Lunazzi com técnicas
proprias, desenvolvidas a partir da invenção, em 1987, da
tela holográfica para luz branca. Surgiram assim os HOLOPROJETORES
e protótipos de TV e cinema holográfico. Informe-se mais
na página: http://i.am/lunazzi
Foto de holograma ampliado sobre tela de 1 m2 -1994 |
Foto de aparelho holoprojetor - 1989 |
Foto de imagem de TV saíndo a frente de tela holográfica - 1995 |
PALAVRAS E ANOS
QUE DÃO A CLAVE DA HOLOGRAFIA
GABOR 1947 LASER 1960 LEITH e UPATNIEKS 1962 DENISYUK 1958/1964 BENTON 1968/1984
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DESCRIÇÃO DOS HOLOGRAMAS
EXPOSTOS
Este holograma de alto conteúdo estético, é resultado de uma idéia do Dr. P.M. Boone da Universidade de Gent-Bélgica e tem duas finalidades. Por um lado, pode ser elemento arquitetónico para decoração, ja pode ser afixado como um quadro na parede, sendo iluminado por lâmpadas de tipo comum, não necessáriamente halogênas. Por outro lado, constitui um substituto de um herbário, permitindo multiplicar o número de peças para consulta por botánicos. Além de revelar a textura da superfície, ela pode ser apreciada com lupa ou microscópio de pequeno aumento. Foi realizado pelo Dr. P.M. Boone com lêiser pulsado de rubí, a partir de uma folha colhida no litoral de São Paulo. |
Esta é um das versões conhecidas sobre o tema, fascinante
porque revela a presença de um instrumento virtual, imaterial. O
poder de dominar a luz do holograma resulta grande, e digamos que ele pode
ser realmente aquilo que nos faz imaginar: si neste holograma é
possível observar um inseto dentro do microscópio, é
teoricamente possível ter um holograma de um microscópio
para, por meio dele, observar objetos que vão sendo trocados.
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Este holograma é o mais completo que já foi publicado em uma revista, porque possui movimento, dando uma cena animada de poucos segundos, e a cor original, para quem o observa na posição correta. A cena foi filmada com a câmara girando ao redor da personagem, e os mais de cem fotogramas resultantes permitiram fazer o holograma por uma técnica conhecida como holograma de síntese. Constitui uma situação interessante onde a tomada se realiza sem laser, embora o lêiser seja necessário na hora de fazer o holograma. É o único da exposição que não foi feito pela técnica de Denisyuk, senão pela de Benton, porque ela permite a impressão em grande quantidade. |
É um holograma didático que permite observar a anatomía de um cérebro, prático para uso escolar. Ele é feito sobre um material fotosensivel diferente, um fotopolímero. Com ele a qualidade é alta e o lêiser utilizado necessita ser de cor verde ou azul e de muita potência (1 W). |
Retrato feito com lêiser pulsado de rubi. A luz é concentrada na duração de 1 milisegundo, o que anula o efeito de vibrações que normalmente afetaríam ao holograma de um ser vivo. Na tomada, a pessoa estava, respeito do filme, exatamente onde a vemos agora. |
É uma cena encantadora, e fictícia. A qualidade da reprodução do cenário acrescenta muito ao valor da imagem holográfica. |
A qualidade especial de este holograma está em evidenciar que um instrumento óptico poderia ser substituído por um holograma. No caso, a lupa. Entendemos melhor o resultado lembrando que a holografia registra toda a luz recebida |
A cena, além de bonita e acolhedora, é didática para se entender como um holograma pode oferecer cenas diferentes para diferentes pontos de vista. Neste caso, duas cenas, mas em outros, pode-se chegar a mais de cem. |
É a reprodução de um punhal inca para sacrifícios. Observe que a folha é curta, pois destinava-se a somente cortar uma artéria. É importante também sinalar que o mesmo foi feito no Perú pelo Dr. A. Valera, depois de aprender a técnica no laboratório do Prof. Lunazzi. |
Tirar o holograma de uma coruja que voa! Isso, que é possível em fotografia, é realmente difícil em holografia. |
Impossível
É o segundo quadro de um conjunto de dois que realizou o Prof. Lunazzi para a Galería de Arte do Congresso Brasileiro de Oftalmologia em 1984. Se fosse um quadro convencional, bi-dimensional, a cena não tería a validade que tem de chocar ao espectador pois poderia-se imaginar diferentes posições em profundidade para esses olhos, e as respectivas cabeças. A nitidez holográfica para a profundidade nos leva a não entender a cena, mais ainda quando os olhos se movimentam graças ao efeito pendular da lâmpada, inventado pelo prof. Lunazzi em 1982. O material fotosensivel é o de maior nitidez que existe para holografia: gelatina dicromatada. |
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Os hologramas pertencem à coleção particular do Prof. Lunazzi, e muitos deles são exclussivos ou muito difíceis de se encontrar. Devido a não mais haver produção de filme holográfico no mundo, os hologramas, em particular os de grande tamanho, são hoje uma raridade.
Agradeço à LASER
OCULAR por ter ajudado a divulgar minha coleção e
meu trabalho. A exposição é responsabilidade da KAD
Propaganda e Comunicação.