O FÍSICO GLEB WATAGHIN FOI ESPERANTISTA

Um dos pioneiros mais destacados da física no Brasil, Gleb Wataghin formou uma geração de físicos brasileiros. Foi reconhecido pelo Instituto de Física da UNICAMP, que leva seu nome.
O que poucos sabem é que ele bem antes de vir ao Brasil, na Rússia, tinha traduzidos livros do russo ao esperanto. Isto está registrado na transcrição de uma fita de áudio de uma entrevista que deu ao físico Cylon G. da Silva.
Foi em 1975, uns anos depois tive a oportunidade de o conhecer, mas nessa data eu não era esperantista nem teria suspeitado que ele o fosse. Aliás, quantas pessoas podem imaginar que outra que tem ao lado seja esperantista?
O uso da estrela verde como lapela é um distintivo que foi sendo deixado de usar pelos esperantistas, como eu próprio.

FRAGMENTO DA ENTREVISTA ONDE ENTRA O ESPERANTO

G.W. – Eu saí em fins de 19. 

C.E.S. – Foi direto para a Itália? 

G.W. – Não. Fomos para a Turquia, para Calipode, para Belgrado e depois chegamos 
a Trieste. Depois fomos para Turim, porque Turim era uma cidade que sofria 
o pool da cinematografia. E na indústria cinematográfica era fácil ganhar pelo 
menos o necessário para uma família. Eu tinha pai, mãe e um irmão que eu 
devia sustentar. Aí eu estava com 19 ou 20 anos. Então, entrei para o cinema. 
Mas apesar disto foi na universidade... Mas eu fazia de tudo: Estatística, 
tocava piano, fazia de tudo. Por sorte, recebi um preparo secundário bom. Dei 
aulas até de Latim, não somente de Matemática. Eu fazia para o meu 
professor – grande amigo e grande professor matemático – traduções do 
Russo para o Esperanto. Precisava arranjar mais, mas isto não me ajudava 
muito a estudar. Muito dispersivo. Comecei a fazer ciência muito tarde, nas 
vizinhanças dos 30 anos, o que significa que perdi os anos melhores.




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Gleb Wataghin e Zeferino Vaz, fundador da UNICAMP

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