SOBRE JULGAMENTOS IMPRÓPRIOS FEITOS EM REVISTAS DA MAIS ALTA CLASSIFICAÇÃO

Colocarei este assunto com um caso que me afetou profundamente, mas que não é singular senão que tenho recebido comentários de casos semelhantes de muitos colegas.


No ano 2002 trabalhava para dar sequencia a uma técnica que criara no ano 1991, a partir do trabalho apresentado no ENFMC da SBF"Holoprojection of images by a double diffractionprocess" (OTI/12:00/Saf.1)
Para o explicar, passei a simplificar o sistema e coloquei um objeto entre duas redes de difração intermediadas simetricamente por uma lente com uma fina fenda vertical, apresentado no ENFMC do ano seguinte: "The capability of holographic screens to display continuous parallax".
Assim, passados dez anos e procurando colocar mais material na tese da aluna Noemí I. Rivera, peguei os elementos para remontar o experimento, mas retirando a lente. Ficava assim mais simples de se entender, e resulta uma questão de simetria, que até minha vovôzinha, se vivesse, poderia entender. Resultaram vários artigos, como p.ex:  "Pseudoscopic imaging in a double diffraction process with a slit" (capa da revista). Um dia, observando o fenômeno, acontece de ter como segunda rede uma mais alta que a fenda intermediária, e vi, na série de imagens que aparecia como consequencia da produção múltipla de ordens de difração, uma onde a figura da lâmpada, embora borrada em cores, era reconhecível (veja o vídeo). Surpreendeu-me o fato e, mudando a distância entre redes, consegui uma nitidez perfeita!

A emoção foi muita, pois sabia que não existia até então a possibilidade de uma imgem em luz branca por difração, sequer combinando três elementos. Passou mais de um ano, e em outubro de 2004 apresentei os resultados anteriores em congresso nos EUA: "Orthoscopic and pseudoscopic white­light imaging by means of symmetrical diffractive optical elements" DSuC5 • 5:00 p.m., mas levei comigo a demonstração da nova descoberta, já desenvolvida com elementos bidimensionais (discos difratores) com os que vinha evoluindo pela minha sequencia de ideias. Assim, tinha agora  para mostrar facilmente uma imagem invertida, obtida em luz branca comum por meio das duas metades de um CD, sem nenhum elemento intermediário. Joseph Goodman, Daniel Malacara, e outros colegas muito conhecidos viram o efeito. Mas passou-se um ano disso e não tinha preparado o artigo. Preocupado pela demora que ainda teria, e, mais ainda, pela incrível demora que um autor tem se envia um trabalho a uma revista, publicamos um primeiro artigo livremente: "White-Light Imaging in a Two Gratings Diffraction Process" (ver a primeira versão, a de junho de 2005).
Sabiamos pelo serviço SHERPA que a revista Journal of Pure and Applied Optics-JOPA aceitava a submissão de um artigo colocado no Arxiv, e foi o que fizemos Em junho recebemos uma mensagem rejeitando o artigo "porque não continha significativamente nova física de alta qualidade e interesse científico". Tanto nos surpreendeu, que tentamos entender a situação. No anexo da mensagem indicava carências no resumo, na introdução, nas conclusões, e nas referências. Somente podiamos pensar que faltassem referências ao estado da pesquisa no momento, porque não tinhamos a quem citar, somente a nós mesmos e sim, um poucos artigos que poderiam ter algo a ver.

que pedimos uma carta por escrito, que veio confirmando a decisão, assinada por Claire Bedrock, "publisher".
  com uma versão revisada.


(em desenvolvimento, 2014/01/16)