Materiais sensíveis para holografia:

           Gabor utilizou em 1947 filme fotográfico comum. Mas ele não fazia imagens boas, tendo apenas luz de mercúrio.
Leith e Upatnieks contavam com placas para espectroscopia, do tipo 649 F da Kodak, onde o material era muito fino (mais de 3.000 linhas/mm) parecendo aquele que existiu nos primeiros pasos da fotografia com sais de prata.
Depois foi possível fazer hologramas em muitos outros materiais, onde a melhor imagem se obtém com gelatina dicromatada (um dos materiais dos primórdios da fotografia), depois em fotopolímeros, onde o mais recente e bem sucedido é o fabricado pela Dupont e que não necessita de líquido para revelação.
Os feitos com sais de prata (nitrato) são sempre os mais sensíveis.

A KODAK fabricou diversos filmes e placas, mas não sei se são produzidos hoje.  A AGFA fazia os que eram mais vendidos (8E 75 para o vermelho, 8E 56 para o verde) mas não mais faz desde 1997, aproximadamente.
A ILFORD fez aquele que sería o melhor, mas encerrou a produção antes da AGFA, o que é uma pena pois, se a AGFA encerrasse primeiro, tal vez a Ilford continuaría produzindo.
Hoje o filme e placas são produzidos na Rússia (PFG-01 e PFG-03) mas infelizmente não se pode comprar da Rússia e somente se consegue comprar dos EUA, a preço certamente mais alto. Por outro lado, o filme russo tem validade de apenas seis meses.
Existem projetos para fazer filme, na Alemanha.



Modelo básico do princípio fotográfico aplicado à holografia:

Temos sais de prata, combinação de prata com um halógeno, típicamente
NAg, ClAg ou BrAg, grãos espalhados numa gelatina de 7-12 um (micrometros) de espessura, que
cresce 7 vezes na espessura quando úmida.

Nos que a luz incide, fica latente a possibilidade de dissociação dos dois elementos. O revelador (o tempo de revelado é de 2-5 min, dependendo do revelador) faz a dissociação e deixa prata em grãos que, pelo fato de absorver 20% da luz, fica preta pelas sucessivas reflexões da luz entre os grãos.

Lavando (2 min) eliminamos o revelador e a parte do componente que antes estava ligado á prata, N, Cl ou Br.
Obs.: minha dúvida é quanto do halógeno vai embora com a água. Talvez para eliminar tudo usaria-se o fixador, mas é fato de nossa prática que, mesmo sem fixador, os hologramas ficam estáveis.

Branqueando forma-se de novo o composto halogénico sal de prata, e o holograma fica transparente, porém com índice de refração variável segundo a incidência da luz que houve na hora da exposição. Lava-se 5 min.. A defasagem da luz na hora da reconstrução gera difração e reconstroi o holograma com maior eficiência que sem o branqueio. Técnicamente chamamos esse holograma de "holograma de fase".

Em teoría, esse sal de prata está em estado latente pela luz que recebe, e devería escurecer de novo si recebesse de novo revelador. Escurece se recebe muita luz e pode ser branqueado novamente, mas acredito que o processo não possa ser repetido muitas vezes.

Alguma luz de segurança (verde) pode-se ter na exposição e revelação do holograma, Não ha problema em iluminar no momento do branqueamento.

Uma tarefa mais profissional envolve  medir a intensidade de luz incidente para calcular bem a
exposição, e verificar a transmissão do filme.  Filme não muito escuro que é branqueado perde eficiência por vez de ganhar. O filme para ser branqueado deve ser exposto umas três vezes a mais.

Fica em aberto a pergunta:  Para que serve o fixador?  Em holografia não tería função, embora alguns holografistas o utilizem.  Melhor é não usá-lo, porque que ha processos em que a combinação de fixador e branqueador faz perder toda a informação no holograma.



JJL 07.05.2001