Problema 11.76 do livro Física I de Halliday, resolvido pelo Prof. Lunazzi em 07.06.99 .

11.76 Uma chaminé alta racha próximo à base e cai. Expresse as acelerações:
a) radial
b) tangencial do topo da chaminé como função do angulo q formado pela chaminé com a vertical.
c) a aceleração linear pode exceder g?
d) a chaminé quebra durante a queda, explique como isto pode acontecer. (Veja "More on the falling Chimney", de Albert A. Bartlett, The Physics Teacher, set. 1976).

Rta.:
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
a) Para calcular mudanças de energia potencial podemos considerar a massa toda no centro de massa (CM). Assim, a variação de energia cinética, que corresponde a uma rotação pura, corresponde a:

I w 2/2 = Mg D yCM = Mg L/2 - Mg (L cosq)/2 = Mg L (1- cosq)/2 => w 2 = Mg L (1- cosq)/I

            ar = w 2 r = Mg L r (1- cosq)/I = Mg L r (1- cosq)/M L2/3 = 3gr (1- cosq)/L ç
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
b) a = G /I = Mg L (senq)/2I ; I = M L2/3 ; a = Mg L (senq)/2 M L2/3 = 3 g (senq)/2 L

           a = 1,5 g (senq)/L è aT = 1,5 g senq ç

Obs.: Se fosse verdade que posso assumir a massa da barra como concentrada no centro de massa para as rotações, teriamos Mg D yCM = M v2/2 obtendo finalmente para w um valor maior que o verdadeiro, pois não podemos considerar o efeito da massa mais afastada do eixo de rotação ser igual ao da massa mais próxima.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
c) O que está o enunciado chamando de aceleração linear? Suponhamos seja a aceleração tangencial:

    aT = 1,5 g senq tem ponto crítico em aT = 1 para q C = arcsen(2/3) = 41,80
Para angulos maiores que 41,80 temos que: g < aT < 1,5 g Notemos que isto é independendente do
ponto inicial da queda, o que não sería se considerássemos ar .
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
d) Se analisarmos a queda de uma partícula de massa m ligada rígidamente a um eixo de rotação temos:

mgy = mv2/2 => v = (2gy)1/2 = (2g r cosq ) 1/2 => w = v/r = [2g (cosq )/r] 1/2

 w decresce quando r cresce, por isto as partículas da chaminé mais próximas do eixo
tendem a ir mais rápido, tensionando contra as mais afastadas.

Na Fig. 11 do livro vé-se isto, e também que deve ter havido um movimento de rotação ao longo
do eixo da chaminé, pois por ver de acontecer a quebra em distância bem
definida, ha uma fratura de cisalhamento (experimente quebrar um giz fazendo rotações opostas pelos extremos).

Desta maneira, a tensão pelo arraste vale Mex aT , onde Mex é a massa que fica no restante da coluna, desde a posição r até o extremo livre.

Mex = M (L-r)/L pois consideramos uma densidade linear de massa.

Assim:

TT = M (L-r) aT /L = M (L-r) 1,5 g senq /L e é máxima no eixo de rotação. Porque a chaminé não quebrou bem na base? Bem, porque a chaminé é cónica, a base tem mais rigidez.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------

Outras considerações:

A análise sería mais completa se considerarmos também à tensão radial, que é composta do peso T(q ) que as partículas exercem umas sobre as outras ao longo do comprimento, menos a força inercial centrípeta.

Tr = T(q ) - m a ; O cálculo precisa ainda ser desenvolvido, o valor de m indicado não foi específicado.
Para q = 0 e na base, por essemplo, temos Tr = T(q ) = Mg

Vemos que o problema envolve mais cálculo ainda, e que as duas tensões teriam de ser compostas vetorialmente. Essa análise é mais específica para quem faz o cálculo de tensões, que pode ser um engenheiro mecânico mas também um físico, pois temos no Brasil um físico fazendo esse tipo de trabalho para a Ford.



VOLTA Á PÁGINA DE F128